quarta-feira, 10 de julho de 2013

Vegetarianismo e Filosofia




Em um trabalho de filosofia para a faculdade, o professor havia pedido para que descrevêssemos uma parte de nossa vida onde paramos e filosofamos, onde utilizamos a filosofia para atingir um ideal. Não pensei duas vezes; falei sobre minha grande decisão de seguir o caminho do vegetarianismo. Segue abaixo meu relato, que na aula seguinte tive que explicar em alto e bom som para uma turma de sessenta e poucos alunos de Economia:

"Um hábito milenar difundido por toda a raça humana desde os primórdios. Uma solução para sobreviver ao pleistoceno à cerca de 15 mil anos atrás. Uma maneira (talvez a única) de manter o corpo aquecido durante épocas de frio intenso. O ser humano caça desde que surgiram tais necessidades vitais, mas seria correto e ético continuar dizimando milhões de vidas sencientes hoje em dia? Seria certo aprisionar, escravizar, mutilar e interromper o ciclo de vida de animais que poderiam viver naturalmente por décadas? Talvez muitos digam que sim pelos motivos que citei no início, mas se for por estes motivos, seria certo continuar sacrificando humanos, como os astecas faziam para ajudar o Deus Sol a nascer em homenagem ao templo Tenochtitlán. Seria certo, também, continuar descartando bebês que nascem com qualquer deficiência, como faziam em Esparta. O tempo não pode servir de motivo para algo continuar sendo praticado, principalmente algo que envolve sofrimento de seres sencientes, pois isso não passa da velha falácia do apelo à tradição ou antiguidade. Enfim, quando tudo isso começou a permear minhas ideias, vi que não fazia sentido eu dedicar a minha vida a ajudar cães e gatos e continuar contribuindo para um holocausto de animais não-humanos. O vegetarianismo foi um (talvez o mais importante) momento filosófico de minha vida, onde parei para pensar em meus hábitos, na minha alimentação e no meu estilo de vida. No fim de isso tudo, deixo a pergunta que fez toda a diferença nesse processo: seria ético ou correto continuar explorando milhões de animais não-humanos por pura tradição e conveniência?"






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